terça-feira, 15 de março de 2011

Informativo sobre: Dengue!!!

INFORME DA ATENÇÃO BÁSICA N.º 50
Ano IX, jan./fev. de 2009 ISSN 1806-1192
O Papel da Atenção Básica no Controle da Dengue

Atualmente existem 2,5 a 3 bilhões pessoas com risco de infecção para dengue no mundo. No Brasil, é uma das doenças mais freqüentes, atingindo a população de todas as classes sociais em todos os Estados. O agente etiológico é um vírus RNA do qual são conhecidos os sorotipos DENV 1, 2, 3 e 4. Atualmente, no Brasil, existem apenas os três primeiros, mas há a preocupação com a possibilidade de uma nova entrada do sorotipo 4, que já está circulando em países vizinhos como Colômbia e Venezuela. TODOS OS SOROTIPOS causam imunidade permanente e sorotipo específico e PODEM CAUSAR DOENÇA GRAVE E FATAL. Em nosso país, a principal espécie vetora é o mosquito Aedes aegypti, que tem preferência por criadouros artificiais para a sua oviposição e transmite a doença por meio da picada da fêmea infectada. Os fatores que contribuem para o agravamento da transmissão de dengue no Brasil são complexos, exigindo desenvolvimento de ações intersetoriais para seu controle.
Nos últimos anos, evidenciamos um aumento de casos de febre hemorrágica de dengue e o maior acometimento de crianças, exigindo que os serviços de saúde atuem mais efetivamente para controle da doença e diminuição do número de óbitos. Atenção Básica tem um papel fundamental desenvolvendo ações na promoção, prevenção e atenção ao doente com dengue. Nesse sentido, as equipes devem desempenhar suas atribuições relacionadas à educação em saúde e observação dos domicílios e espaços comunitários orientando a comunidade para a identificação, remoção, destruição ou vedação de possíveis criadouros. Esse trabalho deve estimular o morador ao autocuidado, ao cuidado do ambiente de sua residência e de sua comunidade, no sentido de desenvolver o compromisso e o papel de “ator” da realidade onde vive, conferindo assim, maior sustentabilidade ao combate à dengue. Muitos municípios utilizam o LIRAa (Levantamento Rápido dos Índices de Infestação por Aedes aegypti), que tem por objetivo identificar índice de infestação e criadouros mais importantes. Os resultados desse trabalho devem subsidiar as ações das equipes.
No que se refere à atenção aos doentes, estudos atuais e experiências internacionais nos mostram que, em uma rede assistencial efetiva, 65-75% dos casos de dengue podem ser resolvidos na Atenção Básica. Para isso é importante que os serviços estejam organizados, tenham definição clara de seu papel dentro da rede assistencial e previsão da possibilidade de alteração do processo de trabalho durante o período epidêmico. Todos os profissionais devem estar capacitados para a implantação dos protocolos de assistência a fim de detectar precocemente os sintomáticos, realizar tratamento oportuno, notificar e acompanhar os casos (ver Caderno de Atenção Básica, nº 21 em www.saude.gov.br/dab).
Devem ser considerados suspeitos os pacientes com febre há menos de 7 dias acompanhada de, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retroorbital, mialgia, artralgia, prostração, exantema. Todos os pacientes suspeitos devem ser orientados para iniciar hidratação oral imediatamente e para procurar o serviço de saúde mais próximo. Estes pacientes devem ser avaliados com especial cuidado para os seguintes aspectos: hidratação, pressão arterial em duas posições, busca de fenômenos hemorrágicos, prova do laço, além da busca de sinais de alerta. Deverão ser avaliados com hemograma de urgência os pacientes com prova do laço positiva e as gestantes, os menores de 2 anos, os maiores de 65 anos e aqueles portadores de hipertensão arterial, diabete e outras comorbidades.
Os exames laboratoriais confirmatórios deverão ser coletados da seguinte forma: isolamento viral ou PCR (até o 5º dia), sorologia (após o 6º dia). Em períodos interepidêmicos e em casos graves, solicitar sempre. Em períodos epidêmicos, deve-se solicitar de acordo com orientações da vigilância epidemiológica. Todos os casos devem ser notificados em ficha do SINAN e preenchidos os cartões de acompanhamento ambulatorial do paciente com dengue. É importante lembrar que a equipe de Atenção Básica é corresponsável pelo tratamento, ou seja, mesmo que o paciente seja encaminhado para outros serviços de saúde deve-se garantir o suporte de vida adequado para encaminhamento, prestar orientações quanto à rede assistencial, visitar os moradores procurando casos novos e corrigir possíveis problemas relacionados à doença e adesão ao tratamento.
A hidratação precoce e adequada é de fundamental importância para evitar óbitos. Para isso as UBS devem identificar a necessidade de hidratação desde o acolhimento e utilizar a Classificação de Risco a fim de identificar pessoas com risco, classificar o estadiamento da doença, sistematizar a terapia e organizar o sistema de saúde.
No ano de 2008, o Grupo Executivo da Dengue do Ministério da Saúde, trabalhou intensamente para o controle da dengue no país junto aos aglomerados urbanos que apresentam risco para ocorrência de epidemia por dengue em 2009. Nesses locais foram elaborados/revisados os planos de contingência da dengue. É importante que seu município tenha um plano de contingência, que a Atenção Básica participe da elaboração, que as equipes conheçam suas atribuições e desenvolvam as ações de acordo com o planejado.
Fonte: Departamento de Atenção Básica ( Ministerio da Saúde)

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